segunda-feira, 23 de maio de 2011

Mulher: Grécia Antiga X Hoje (por Selma Mixttura)



Sem dúvida, para uma época onde a mulher não era considerada sequer cidadã, a idéia de Platão, em colocar a mulher em pé de igualdade com o homem, era realmente revolucionária. Mas há um elemento importante neste caso. A questão de Platão parece estar voltada aos direitos dos “verdadeiros guardiães”, ou seja, os filósofos e consequentemente governantes. Pois estes “devem ter todas as coisas em comum, ou seja, habitação, mulheres, filhos, criação e educação da prole (República, IV, 441d-442d)”. Assim, pensemos na hipótese de um filósofo/governante ter entre sua prole alguém do sexo feminino. Então, sua filha teria os mesmos direitos que seus irmãos, parte daí o direito da mulher. Platão considera que: “Como têm a mesma natureza, mulheres e homens deverão ser educados da mesma maneira. Poderão assim, as mulheres tomarem parte na guarda do Estado e também na guerra, com o cuidado de ser entregue às mulheres tarefas menos pesadas que as dos homens, por terem, em geral, menor vigor físico que os homens” (República, V, 457a). 
Mas, esta idéia não se concretizou naquela época, e ainda hoje, quase dois mil e quinhentos anos depois, as mulheres não conquistaram seu espaço devidamente. O Processo é lento, sim, muito lento, mas estamos evoluindo.  Antigamente as coisas eram bem definidas: o homem era provedor e a mulher a “cuidadora”. Salvo as exceções de exploração e etc. Hoje em dia, enquanto em algumas culturas a mulher mede forças com o homem em uma “guerra dos sexos” sem fim, em outras, ela ainda submete-se aos desmandos de seus “senhores”, tendo por vezes que caminhar um passo atrás. O grande equívoco está em acharmos que, como disse Platão homens e mulheres “têm a mesma natureza”, somos assim todos iguais. Homens e mulheres NÃO SÃO IGUAIS, ponto. Somos diferentes geneticamente, sexualmente, fisicamente, diferentes em essência, em conteúdo, em ação e reação, em sentimentos, em emoção, em atitudes... Enfim, somos diferentes. Portanto o que a mulher necessita é encontrar o SEU ESPAÇO, e não disputar um espaço que é do homem. Hoje não sabemos quem devemos ser. Somos modernas, mas não deixamos de ser mães. Somos profissionais, mas não deixamos de ser do lar. Somos amantes, mas não deixamos de ser esposas. Somos independentes, mas não deixamos de recorrer ao apoio do homem.  E ainda existem aquelas, muitas, que apesar de estarmos em uma sociedade onde a mulher tem seus direitos, ainda vivem como nossos ancestrais. O resultado disso é um desequilíbrio astronômico. Muito estresse e frustração e infelicidade. O processo é lento e o caminho árduo, mas é preciso que a mulher volte-se para dentro de si e descubra qual é verdadeiramente o seu papel e o seu lugar.
Por Selma Mixttura.

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